terça-feira, 2 de junho de 2009

Um filme de rachar de rir

Mulher Invisível, de Cláudio Torres, é um filme feito para se divertir, antes de tudo. Sem constrangimento nenhum, o objetivo é cumprido plenamente e por isso na hora dos créditos, a sensação de que valeu a pena. De que o filme é bom.
Selton Mello no papel principal, interpreta Pedro Albuquerque, romântico que é deixado pela esposa que ama e sobre quem diz, assim que as luzes da sala se apagam, querer ter filhos e ficar velinho ao seu lado.

Depois de abandonado, Pedro fica arrasado e seu grande amigo Carlos (Vladimir Brichta), toma nas mãos o dever de tirá-lo daquela situação e acredita que destraí-lo com festas, bebidas e mulheres será a melhor saída.
Mas o lugar de Pedro não é nas multidões, ele é um cara que sabe amar, e mais do que isso, quer amar - o que soa totalmente inverossímil para o seu amigo garanhão.

É nesse ponto que o enredo começa de fato, pois decepcionado com as mulheres do mundo, Pedro cria inconscientemente uma mulher perfeita, que habita a sua imaginação e mais nenhum outro lugar do planeta. Ao longo do filme, vai ficando claro que Amanda (Luana Piovani) - a mulher que ele mal conhece e com quem já está decidido a subir no altar - é seu alter-ego.

Situações pitorescas e que fazem o espectador se dobrar ao meio de dar risada começam a acontecer. Uma delas e talvez a mais engraçada é quando Pedro pede Amanda em casamento. Eles trocam alianças e ele sugere que eles saiam para beber, dançar e comemorar. A cena de Selton Mello rodopiando sozinho na pista de dança e interagindo com um alguém imaginário é hilária. Mais hilária ainda se pelos olhos de Carlos, que assiste de camarote o show bizarro.

Depois de testemunhar a ida de Pedro ao cinema sozinho, mas com a certeza de que estava acompanhado, Carlos percebe haver algo errado. Sua missão agora é outra, a de convencer o companheiro que a mulher de seus sonhos, só existe nos seus sonhos. Com todo receio a princípio, Pedro cede e promete tirar uma foto de Amanda, para provar para Carlos que o louco da história não é ele.

Paralelamente, sua vizinha Vitória, interpretada por Maria Manuela, nutre por ele uma paixão platônica. Ele nem sequer a nota, mas ela acompanha seus passos e principalmente o que acontece no apartamento ao lado ouvindo tudo com a ajuda de um copo, que ganha potência por as paredes que separam a sala do apartamento dele da cozinha do apartamento dela serem bastante finas.

Sua irmã, interpretada por Fernanda Torres, é um espetáculo à parte. A atriz faz o papel de irmã mais velha que quer desencalhar a caçula e vê-la feliz.

Vitória entra no jogo e o filme fica mais comédia romântica.
Conforme o filme vai terminando e Pedro se dá conta de que Amanda não existe, começa o momento torcida de quem vai ficar com quem, que é impossível ao espectador se manter imparcial.

Muita confusão e muita risada daí em diante, até o final feliz, claro.

Uma mistura de comédia romântica com só comédia e uma pitada de realidade fazem de A Mulher Invisível o filme perfeito para um fim de domingo chuvoso.

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