domingo, 17 de maio de 2009

Uma chance para a Paz

Amanhã, o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu e o presidente norte-americamo Barack Obama terão o primeiro encontro oficial, de ambos enquanto chefe de Estados.
O único encontro entre os dois até então aconteceu em 2008, quando eram ainda candidatos.
Há controvérsias nos discursos em relação à solução de dois Estados para dois povos na região. No entanto, para Bashir Bashir, analista palestino da Universidade Hebraica de Jerusalém, as divergências existem, mas não devem ser superestimadas.
Fim ao derramamento de sangue:
Sou judia e me reconheço como judia. Fui criada dentro dos contumes judaicos e mantenho uma relação cultural com o judaísmo, o que pode soar estranho para crentes de outras religiões. Mas aqui, essa distinção não é bem clara e difícil de explicar, eu diria que por conta de sua história o judaísmo representa para os judeus mais que uma diretriz religiosa, de valores, deveres e obrigações. Há costumes e hábitos que perpassam o dia-a-dia do judeu mais assimilado, que faz com que ele não esqueça o seu passado, os seus heróis. Mais do que os preceitos religiosos, o que une os judeus é a sua história comum.
Enquanto judia no exílio, sinto-me ainda mais responsável em pregar a necessidade de uma luta diferente da que derrama sangue, uma única luta e oníssona, em direção à Paz.
Que coloque fim aos discursos maniqueístas que condenam populações inteiras ao estigma de assassinos ou vítimas, ou vice-versa. Nessa história, não há o mocinho e o vilão. Há vilões dos dois lados e se a briga é desigual, que se aplique outra solução.
O ideal da possibilidade de convivência pacífica entre pessoas deve superar intenções político-econômicas e é o único capaz de convencer. Mas só obterá eco se partir da sociedade civil, de ambos os lados. São os cidadãos, que perdem seus filhos e enterram a juventude, quem devem incorporar w naturalizar a saída pacifista. Somente a sociedade enquanto corpo poderá impor outro caminho a seus governantes.
Os movimentos sociais do mundo inteiro devem se mobilizar a favor da paz, de dois estados para dois povos. Endossar discursos superficiais sobre o conflito é atesTar a sua crueldade, pois a situação só se aproximará da compreensão a partir do momento que for complexificada.
É preciso que o fluxo de informação seja denso e que o discurso mude, de uma vez por todas.
Embora tudo isso possa parecer ingênuo, não interessa. São só palavras humildes, um grito desesperado e sim, idealista, de alguém que hoje não vê luz no fim do túnel. Que no lugar da alternativa oficial, acredita no poder de transformação do homem.
O que importa é que o derramamento de sangue precisa ter fim.
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
Filmes que vale a pena assistir:
Paradise Now
2005, Alemanha/França/Holanda/Israel/Palestina
Direção: Hany Abu-Assad
Roteiro: Hany Abu-Assad, Bero Beyer e Pierre Hodgson
Uma Juventude como nenhuma outra
Título original: Karov la Bayit / Close to Home
2005, Israel
Direção: Vardit Bilu e Dalia Hagar
Roteiro: Vardit Bilu e Dalia Hagar

Promessas de um Novo Mundo
Título original: Promises
2001, EUA/Palestina/Israel
Direção: Justine Arlin, Carlos Bolado e B.Z. Goldberg
Roteiro: Stephen Most

Nenhum comentário: