quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Momento de ternura

Talvez a manifestação mais plena da confusão entre prazer / dor e preenchimento / vazio seja aquele momento que sucede o máximo da aproximação entre duas pessoas permitida pela física.Depois da tempestado, a calmaria.
Funciona quase como uma droga que entorpece e entristece, no entanto, sem carregar um pingo de tristeza. É outra coisa, que não sei o nome. Pode ser também que não tenha nome e, de fato, não precisa.
Nesse momento a melancolia é presente, mas não toma conta. Ela vem embrulhada da então já nostalgia. Que faz sorrir com lágrimas que teimam em não rolar. Lembrança do tempo que acaba de acabar, para sempre. Do toque que nunca mais será o mesmo, embora venha a repetir-se tantas outras vezes.
Assim como o suspiro o sorriso o carinho o prazer o olhar o tesão o outro o outro o outro o som o sentido o verso o choro.
Alguns chamam tudo isso de pequena morte; A dor que não dói; Que existe no limite entre a morte delicada e a vida à flor da pele.
Para Xico Sá, o melhor dos infernos. Para Clarah, amiga do Xico Sá, o momento em que não sabemos mais pra que lado fica Meca.
Para mim, o tudo em contraposição ao nada. E vice-versa.
E acima do bem e do mal, momentos de muita ternura.

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