quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Sambinha popular

Descrição da sensação: aperto no peito e auto-raiva por saber que a sensação incômoda é consequência de um caminho percorrido de forma consciente, ou seja, fruto de uma escolha que se repete todos os dias, na mesma hora e da mesma forma. Virou rotina, pode?
Depois passa, mas ainda assim consome os primeiros momentos do meu dia, assim que sento em frente ao computador do trabalho. Levo de 15 minutos à meia-hora para voltar ao normal e começar a trabalhar. Afinal, estou aqui para isso e não para aquilo. Ah, sim, ainda tem essa, tudo isso em ambiente onde até certo ponto minha vida pessoal é irrelevante.
Faz sentido. Só uma ou duas pessoas sabem desse costume que prometi me livrar o quanto antes. O que elas não sabem é que ainda não me livrei. Também não toquei mais no assunto.
E outra, fazer aqui é como se o ambiente sustentasse essa transgreção que se volta contra mim, só contra mim. Faço aqui para me lembrar toda vez que faço que não posso fazer. E que o não poder, no plano pessoal, é justificado pelo óbvio da burrice. A auto-flagelação que a gente supera. Mas o não poder institucional funciona como um fiscal que invisível que controle os meus cliques o tempo todo, das 10h às 18hs.
Bobagem minha. Fantasia que me desconcerta não sei porque. O que eu vejo não me ameaça; me irrita, muito. E a irritação que me dá me irrita mais ainda.
Não conheço e nunca vi, mas alimento a ilusão de saber de tudo, tudo, tudo. Quando na verdade não sei~, não quero saber e tenho raiva de quem sabe.
Vai passar? (Nessa avenida o samba popular?)
Pode ser, não sei e não importa, afinal, Apesar de você, amanhã há de ser outro dia. Ah, sim!
E hoje eu não vou almoçar, só para quebrar a rotina.
PS: A parte da "raiva de quem sabe" é mentira.

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