sexta-feira, 15 de maio de 2009

O Céu

Na foto com a Gisoca Furacão, em Salvador


Ele é um grande amigo que vem de uma cidadezinha bem pequena do interior de São Paulo. Guariba, que pelo que ele conta, tem cheiro de fruta no quintal e em frente as casas ainda corre um rio.
A cidade que o quer de volta, não por capricho, por convicção, eles querem que o Gui seja o prefeito de lá.
Vou contar o que ele é para os meus olhos. Pra explicar, eu não o conheço há muito, mas a sensação de que já sei tudo que importa sobre ele é bem forte.
Grande companheiro, meses de viagens e muitos, mas muitos km de federais percorridos ao seu lado, do seu violão e da sua santa paciência.
Fomos do estágio desconhecidos direto para o patamar de irmãos, não tivemos tempo nem contexto para a calmaria da descoberta de uma amizade. E agora eu acredito mais ainda no poeta, que disse alguma vez que os grande amigos não encontramos, reconhecemos.
Ele saiu de Guariba e decidido a estudar Direito, foi aprovado na Escola de Direito da USP, no Lgo. São Francisco e entre uma arcada e outra fez movimento estudantil, construiu a Fórum 22, embalou e badalou em mais peruadas do o tempo de curso indica como suficiente.
Se formou e não prestou a ordem, porque do que ele queria mesmo saber era da cultura. Ele é músico e eu sei que dos seus feitos nisso, a sua menina dos olhos é a banda brega que tinha com amigos. Não lembro o nome, mas não importa.
E virou produtor cultural, coordenava os cursos no Pensarte e foi lá que ele conheceu a Geó, minha grande amiga boa. Porque o mundo é pequeno ou não, foi aí que sem saber - nem imaginar, nem eu, nem ele e muito menos a mon - o encontro seria inevitável. Era só uma questão de tempo.
Aí pintou a loucura desvairada da Caravana. Lembro do caminho da R. Áurea ao metrô Ana Rosa, nós e a Fê, um dia antes deles, produtores, partirem. O Gui tinha cabelo comprido e nos contou que era músico. A Fê caminhava preocupada, ainda tinha que desocupar todo o seu guarda-roupa, porque felizmente havia encontrado algúém para ocupar o seu apê durante os três meses seguintes.
Eu não lembro o que passava pela minha cabeça, mas a curiosidade com certeza já tomava conta. Eu queria descobrir tudo sobre eles em dez quadras, porque se a empatia havia sido imediata, sem dúvida, seriam eles os perceirinhos.
No Rio, um mês depois, o cabelo estava curto. O rabo de cavalo ficara em algum estado do norte.
O tempo foi passando, a barba e o cabelos foram crescendo, mas em medida bem menor que a amizade, e olha que no fim da viagem estavam bem mais longos, tanto barba como cabelo.
Voltei, voltamos e a certeza de que a doidera sem condições me trouxera alguns amigos bons satisfaz, faz sorrir e enterrar qualquer dúvida sobre a decisão de ir.

Antes de ontem recebi uma música, com o nome de O Céu e tive vontade de chorar, A música é dele, composta para o curta de uma amiga sua.
As notas são doces, e não por isso deixam de ser fortes. O violão parece essencial, ao ouví-lo é impossível pensar numa vida sem música, sem acordes, sem violão. Sem céu. O jeito de cantar denuncia a sensibilidade de artista - aquela que o Glauber dizia que só os artistas tem - que é bem clara para os que conhecem o Guilherme. Na sua voz e da moça que canta junto, o céu cor de carvão, o véu é mais belo que o mais belo céu azul da cor do mar.

4 comentários:

Jaqueline Tompson disse...

oi, seu blog está bem legal..
quando poder visite o meu tbm..
byee.

Gui Varella disse...

Caralho, Dedé! Assim você me bagunça! Tô dum tanto emocionado aqui que nem sei que se consigo fazer mais alguma coisa agora. Nossa, meu...Juadiazinha, você mora no meu coração. beijoco. gui

Georgia Nicolau disse...

Ah ti lindos!!!

Fernanda Versolato disse...

aiiiii....quantas lembranças frescas... é como se eu sentisse de novo as sensações e sentimentos que tomaram conta de mim durante a caravana....